terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Linha do tempo "História da Informática"



LINHA DO TEMPO
HISTÓRICO DA INFORMÁTICA EDUCATIVA NO BRASIL

Mostraremos o desenvolvimento tecnológico na sociedade atual e a importância da informática no Brasil.
Educação escolar nessa chamada de a “sociedade da informação”. Apresentaremos uma linha do tempo sobre a Informática Educativa no Brasil onde pretendemos mostrar a evolução da informática na área Educacional Brasileira.
As Primeiras Experiências Educacionais com informática na Educação se data entre 1960 a 1966 na área de Física, na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Portanto só a partir de 01 de novembro de 1970, o computador passou a ser objeto de estudo educacional no Brasil pela Secretaria Especial de Informática.
A informática educativa no Brasil se inicia na década de setenta, em 1971, onde se discutiu o uso de computadores no ensino de Física, em seminário promovido pela Universidade de São Carlos, assessorado por um especialista da Universidade de Dartmouth/USA.
Em 1971 a partir de algumas experiências na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), o Brasil iniciava os seus primeiros passos em busca da informatização da Educação.
Em 1973 ocorreram as primeiras demonstrações do uso do computador na educação, na I Conferência Nacional de Tecnologia Aplicada ao Ensino Superior, no Rio de Janeiro. Essas mesmas universidades foram pioneiras em investigações acerca do uso de computadores na educação, e ainda neste mesmo ano, surgiu o primeiro estudo que utilizava como recurso instrumental terminais de teletipo e display, num experimento simulado sobre conteúdos de Física para alunos do 3° grau, na Universidade do Rio Grande do Sul.
No ano de 1975 – Um grupo de pesquisadores da UNICAMP, coordenado pelo Professor Ubiratan D'Ambrósio, do Instituto de Matemática, Estática e Ciências da Computação, iniciou a escrita do documento Introdução a Computadores para ser usado nas escolas de 2- grau, financiado pelo MEC/BIRD, mediante convênio com o Programa de Reformulação e Melhoria do Ensino (PREMEN), atualmente extinto.
Ainda na década de setenta, em 01 de novembro de 1979 em pleno regime militar, foi desenvolvido um plano para dar impulso a área de informática, a SEI – (Secretaria Especial e Informática) que visa pesquisar aspectos teóricos e a aplicabilidade da informática em todos os níveis de ensino. Um dos primeiros órgãos que atuou no setor.
Na década de 1980, a realização de diversas atividades permitiu que a área de
Educação construísse uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade.
1980 - Secretaria Especial de Informática criou a Comissão Especial nº1: Educação - CEE/1 servindo de apoio ao MEC ao estudar o novo ramo que se abria para a educação; várias universidades participaram desta comissão, entre elas a UFRGS. No mesmo ano o MEC estabelece as diretrizes para a política de informática na educação onde fica claro que pretendia, além da atuação nos três níveis de ensino, atuar nos centros de pesquisas e administração pública, como afirma R. A. Moraes em Informática na Educação.
1981/1982 - Os dois seminários ocorridos nestes anos (I e II Seminário Nacional de Informática na Educação) foram um marco importante para a política de informática na educação.
Agosto/1981 – Realização do I Seminário Nacional de Informática na Educação, na Universidade de Brasília, no período de 25 a 27 de agosto de 1981, e que contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, constituindo-se no primeiro fórum a estabelecer posição, destacando a importância de se pesquisar o uso do computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino-aprendizagem. Deste seminário surgiram várias recomendações norteadoras do movimento e que até hoje continuam influenciando a condução de políticas públicas na área. Brasília/DF, UNB. Promoção MEC/ SEI /CNPq.
Dezembro/1981 - Em dezembro de 1981, o MEC, a SEI e o CNPq divulgaram o documento Subsídios para a Implantação do Programa Nacional de Informática na Educação, que apresentou o primeiro modelo de funcionamento de um futuro sistema de Informática na Educação Brasileira.
Agosto/82 - O MEC, a SEI e o CNPq promoveram, em agosto de 1982, na Universidade Federal da Bahia, o II Seminário Nacional de Informática na Educação, visando coletar novos subsídios para a criação dos projetos-piloto, a partir de reflexões dos especialistas das áreas de educação, psicologia, informática e sociologia.
Novembro/1982 -foi subordinado à Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa - FUNTEVÊ, hoje Fundação Roquette Pinto, cujas atribuições regimentais foram posteriormente reformuladas em março/84, para melhor cumprimento dos requisitos indispensáveis ao desenvolvimento e à coordenação das atividades na área, tendo em vista o interesse da Secretaria Geral do MEC em assumir a coordenação do projeto. Coube ao CENIFOR a responsabilidade pela implementação, coordenação e supervisão técnica do Projeto EDUCOM. Brasília/DF, UNB. Promoção MEC/SEI/CNPq.
Janeiro/83 - Em janeiro de 1983 era criada, no âmbito da SEI, a Comissão Especial nº11/83 — Informática na educação — através da Portaria SEI/CSN/PR nº001/83, para se encarregar dos trabalhos administrativos e do acompanhamento das atividades técnicas da área.
Ainda em 1983 - Uma comissão criada pela SEI, elaborou o projeto EDUCOM que consistia na implantação de centros-piloto em universidades públicas, voltados à pesquisa no uso de informática educacional, à capacitação de recursos humanos e à criação de subsídios para a elaboração de políticas no setor. As primeiras entidades que participaram das pesquisas sobre a utilização do computador na educação brasileira foram: UFRJ, UNICAMP e UFRGS. O projeto EDUCOM surgiu no período que o país ainda vivia na reserva total de mercado, ou seja, não era possível adquirir equipamentos e softwares estrangeiros. E como não havia, até então, uma indústria que possibilitasse o desenvolvimento de computadores e muito menos de softwares de acordo com a demanda do país. (eram caros e restritos) à informática educacional eram desenvolvidas em escolas particulares e em pouquíssimas universidades.
O projeto EDUCOM é o primeiro e principal projeto público a tratar da informática educacional, originou-se do 1º Seminário Nacional de Informática na Educação realizado na Universidade de Brasília (1981). Agregou diversos pesquisadores da área e teve por princípio o investimento em pesquisas educacionais. Este projeto forneceu as bases para a estruturação de outro projeto, mais completo e amplo, o PRONINFE.
Várias foram as metas do projeto EDUCOM, uma delas era desenvolver a pesquisa do uso educacional da informática, ou seja, perceber como o aluno aprende sendo apoiado pelo recurso da informática e se isso melhora efetivamente sua aprendizagem. Outra meta era levar os computadores às escolas públicas, para possibilitar as mesmas oportunidades que as escolas particulares ofereciam a seus alunos.
Em 1984, o Centro de Informática do MEC (CENINFOR) foi reestruturado para assumir a coordenação do projeto EDUCOM e recebeu a responsabilidade de programar-lo, coordená-lo e supervisioná-lo. Assim o MEC assumiu a liderança nesta área, inclusive mantendo o respaldo financeiro necessário para sua operacionalização.
Esse projeto sucumbiu devida ás dificuldades emergentes impostas pelos organismos governamentais em decorrência de transições governamentais. Só em 1996 ocorre nova tentativa de reestruturação e implementação do EDUCOM, não mais tendo as ações operacionalizadas mediadas por órgãos dos sistemas educacionais, mas sim pelas próprias universidades.
Foram construídos os CIED's - Centro de Informática na Educação, ambientes de aprendizagem informatizados, integrados por diversos profissionais, os quais tornariam centro de multiplicadores da tecnologia informática para as escolas públicas.
O fato de maior importância neste projeto é que foi adotada uma “metodologia de planejamento participativo na organização, realização e avaliação das experiências de informática na educação no Brasil”. Este fato fez com que representantes técnico-científicos, professores e equipes técnico-administrativas participassem do processo, dando-lhe uma abordagem interdisciplinar.
As contribuições do Projeto EDUCOM foram importantes e decisivas para a criação e o desenvolvimento de uma cultura nacional de uso de computadores na educação, especialmente voltada para realidade da escola pública brasileira.
Deve-se observar que o EDUCOM é um projeto de pesquisa voltado para as escolas de 2º. Grau, e está interessado no desenvolvimento de novas metodologias de ensino, na promoção de uma aprendizagem mais ativa e significativa, numa educação básica de melhor qualidade.
Março/1984 – Aprovação do Regimento Interno do Centro de Informática Educativa CENIFOR/FUNTEVÊ, Portaria nº 27, de 29/03/84.
Fevereiro/86 - Criação do Comitê Assessor de Informática na Educação de 1º e 2º graus - CAIE/SEPS. O Comitê recomendou a aprovação do Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus, objetivando a criação de uma infra - estrutura de suporte junto às secretarias estaduais de educação, a capacitação de professores, o incentivo à produção descentralizada de software educativo, bem como a integração de pesquisas que vinham sendo desenvolvidas pelas diversas universidades brasileiras. Pretendia-se, também, a consignação de recursos financeiros no orçamento do Ministério da Educação, para o exercício de 1987, necessários ao suporte operacional e à continuidade das ações em desenvolvimento.
1987 Criação do Programa Formar Programa (Formação de Recursos Humanos)  criado pelo Governo José Sarney mediante o então Ministério da Educação e Cultura, MEC em 1987, como um dos componentes do Plano de Ação Imediata, PAIE (BRASIL, 1996; MORAES, 2003). Contudo, esse programa só conseguiu realizar três cursos de formação de professores: em 1987 e 1989 na Unicamp e em 1991, na Universidade Federal de Goiás, quando já estava em vigência o Programa de Informática na Educação.
1988 – Ao final deste ano, a Organização dos Estados Americanos - OEA, através de seu Departamento de Assuntos Educativos, reconhecendo o esforço brasileiro nesta área, convidou o Ministério da Educação a apresentar um projeto de cooperação multinacional envolvendo outros países latino-americanos. Iniciava-se, então, naquela época, a primeira cooperação técnica internacional com o México, financiada pela OEA, para avaliação do projeto de informática educativa na área de educação básica: Projeto COEEBA.
Uma das ações iniciais de cooperação proposta pelo Brasil foi a realização de uma Jornada de Trabalho Luso-Latino-Americana de Informática na Educação, realizada em Petrópolis, em maio de 1989, para ouvir os países interessados em estabelecer cooperação com o Brasil e identificar possíveis áreas de interesse comum, capazes de subsidiar um futuro projeto internacional, sob a chancela da OEA. Nesta Jornada compareceram 15 países, incluindo Portugal e alguns países africanos, que, mesmo não estando sob a jurisdição interamericana, solicitaram a sua participação. Desde o início foram adotadas como princípios norteadores do trabalho, a participação, a integração, a solidariedade e a adequação às realidades de cada país, bem como o respeito à multiculturalidade como requisitos fundamentais de qualquer cooperação na área.
As várias recomendações obtidas, consubstanciadas em documento próprio, serviram de base à elaboração de um Projeto Multinacional de Informática Aplicada à Educação Básica, apresentado à OEA em 1989, em Washington, e aprovado para o biênio 90/91, envolvendo a participação de oito países interamericanos.
1989 - à elaboração de um Projeto Multinacional de Informática Aplicada à Educação Básica, apresentado à OEA em 1989, em Washington, e aprovado para o biênio 90/91, envolvendo a participação de oito países interamericanos. A partir de todas estas iniciativas estava, pois, estabelecida uma sólida base para a criação de um Programa Nacional de Informática na Educação, o que foi efetivado em outubro de 1989, através da Portaria Ministerial n2549/GM.
Março/90 - Aprovação do Regimento Interno do PRONINFE (Programa Nacional de Informática na Educação) que foi implantado em outubro de 1989 pelo MEC e teve seu Regimento Interno aprovado em março de 1990. Em setembro do mesmo ano, o PRONINFE foi integrado ao PLANIN (Plano Nacional de Informática e Automação, do Ministério de Ciência e Tecnologia).
A finalidade do PRONINFE era “Desenvolver a Informática Educativa no Brasil, através de projetos e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos”.
O programa pretendia:
·                Apoiar o desenvolvimento e a utilização da informática nos ensinos de 1º, 2º e 3º graus e educação especial;
·                Estimular à criação de vários centros distribuídos pelo país, criando e integrando pesquisas; a capacitação contínua e permanente de professores e formação de recursos humanos;
·                Produção, aquisição, adaptação e avaliação de softwares educativos.
O PRONINFE funcionava através de centros de informática na educação espalhados por todo o país. Esses centros contavam com apoio mútuo, divulgando e analisando projetos educacionais, seus objetivos e resultados. O PRONINFE tinha também como ponto forte a formação de professores dos três graus, bem como na área de educação especial e em nível de pós-graduação. Também visava a pesquisa sobre a utilização da informática na educação, aproveitando a interatividade e a interconectividade que o computador possibilitava.
O PRONINFE apresentou os seguintes resultados no período de 1980 - 1995:
·                44 centros de informática na educação implantados, a maioria interligada na Internet.
·                400 subcentros implantados, a maioria por iniciativas de governos estaduais e municipais, a partir do modelo de planejamento concebido, inicialmente, pelo Projeto EDUCOM/UFRGS (destes, 87 estão no Estado do Rio Grande do Sul).
·                400 laboratórios de informática educativa em escolas públicas, financiados por governos estaduais e municipais.
·                Mais de 10.000 profissionais preparados para trabalhar em informática educativa no país, incluindo um número razoável de pesquisadores com cursos de mestrado e doutorado.
O PRONINFE, apesar de dificuldades orçamentárias, gerou, em dez anos, uma cultura nacional de informática educativa centrada na realidade da escola pública. Ele constituiu o principal referencial das ações atualmente planejadas pelo MEC: correspondeu praticamente a uma fase piloto que durou mais de uma década.
1991 - A partir desta época, o Ministério da Educação aprovou o 1º Plano de Ação Integrada (PLANINFE), para o período de 1991 a 1993 e que estabelecia os objetivos, as metas e atividades associadas a um horizonte temporal de maior alcance para o setor.
1992 - A partir de 1992, em função das gestões realizadas em anos anteriores e de uma firme determinação do Ministro da Educação, foi criada uma rubrica orçamentária específica no orçamento da União, para o financiamento das atividades do setor.
1996 - Ao assumir a presidência da República, Fernando Henrique Cardoso colocou como seu ministro de Educação Paulo Renato de Souza, economista e ex-reitor da Unicamp, e procedeu a um processo de reavaliação da política de informática na educação no País que culminou com a extinção do modelo do PRONINFE, substituindo-o pelo modelo do PROINFO.
01 JANEIRO 1997 - Projeto Ensino On Line (EOL). Foi uma iniciativa do Governo de São Paulo, o projeto faz parte do Programa "A Escola de Cara Nova na Era da Informática – O computador a serviço da melhoria da qualidade de ensino" serve de apoio didático-pedagógico ao professor, torne a escola mais atrativa para os jovens e promova a pesquisa e integração das escolas através da Internet.
2002 – O ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato de Souza, extinguiu o PRONINFE criando o projeto PROINFO a qual teve maior incentivo financeiro e é o mais abrangente no território nacional entre todos os projetos, através de seus Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE).
Metas iniciais do PROINFO:
·                Financiar a introdução da tecnologia de informática e telecomunicações na rede pública de ensino fundamental e médio;
·                Iniciar o processo de universalização do uso de tecnologias de ponta no sistema público de ensino.
Principais objetivos:
·                Melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem;
·                Proporcionar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico.
Algumas ações previstas pelo PROINFO:
·                Elaboração e aprovação dos projetos estaduais de informática na educação;
·                Planejamento da informatização das escolas;
·                Aprovação dos projetos das escolas;
·                Capacitação de recursos humanos;
·                Implantação dos Núcleos de Tecnologia Educacional;
·                Definição das especificações técnicas
·                Acompanhamento e avaliação dos projetos.
Os NTE (são vários por estado) pesquisam, criam projetos educacionais que envolvem novas tecnologias da informática e da comunicação, capacitam professores utilizando os computadores distribuídos em escolas públicas estaduais e municipais e a Internet.
No final da década de 90, quando o PROINFO é estruturado, pode-se dizer que as questões sobre o impacto da informática na educação e na sociedade foram suplantadas pelo questionamento de como fornecer condições mínimas de acesso à tecnologia às parcelas da população menos favorecidas economicamente.
Ainda em 2002 aconteceu o XIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE)
28 de Novembro DE 2007 ocorreu o XVIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação – SBIE,  na cidade de São Paulo.
Em 2008, o XIX o Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE) ocorrerá em Fortaleza (CE) no período de 12 a 14 de novembro. Este evento contará com a realização da Universidade Federal do Ceará e terá como tema "Tecnologia e Educação para todos".
 
Referências Bibliográficas

acesso dia: 25/11/2012

A POLÍTICA EDUCACIONAL DE INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO BRASILEIRA E AS INFLUÊNCIAS DO BANCO
MUNDIAL. DO FORMAR AO PROINFO: 1987-2005
Raquel de Almeida Moraes
UnB – Faculdade de Educação – rachel@unb.br
Linha de pesquisa: História das políticas educacionais no Brasil

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